Susana, Tenho Tantas Saudades Tuas

Não podias ter morrido. Ainda não era o teu tempo, nem de perto nem de longe. Ainda precisava de ti, desculpa o egoísmo. Precisava do teu sorriso, de ver os teus olhos azuis que sorriam por ti quando te sentias feliz. Do teu cabelo loiro e o sol que lhe batia e te fazia parecer um anjo celestial.

Tu disseste-me uma vez,que acreditavas numa qualquer existência além desta. Talvez seja por isso que o meu cérebro me engana. Por vezes juro que te sinto ao meu lado, ou sentada à minha frente a olhares para mim e por mim.

Alguns meses após a tua morte, numa manhã do primeiro outono após teres partido, lamentando e chorando a tua ausência corri pelos bosques. Juro que quando parei quase caída de lágrimas, senti-te à minha frente a travares-me a corrida. Abraçaste-me!

Chamem-me louca, talvez o estivesse, talvez o esteja!

Sinto saudade da tua voz, e mais ainda das tuas palavras sempre tão cheias de sabedoria.

Estou ao lado da mesa em que nos costumávamos sentar. Tanta coisa que perdeste nestes últimos quase cinco anos. Cinco anos! Nem acredito que morreste há quase cinco anos!

Se te dissesse o porquê de estar sentada na esplanada e não dentro do café! Bem escuta-me nem vais acreditar!